sábado, 20 de abril de 2013

História - Conteúdos trabalhados até agora - Parte 1

Por Prof. Moisés



GRÉCIA - PARTE 1


Chamamos de civilização grega, ou civilização helênica aquela que se desenvolveu a partir do extremo sul da Península Balcânica (a Grécia atual) e se difundiu pelas ilhas do Mar Egeu, costa ocidental da ásia Menor, litoral do Mar Negro e por certos pontos africanos e europeus do Mediterrâneo.
As origens da civilização helênica são encontradas nos primitivos povos que habitavam a Península Balcânica, os pelasgos, na civilização egéia e nos povos indo-europeus (aqueus, jônios, eólios e dórios) que, desde mais ou menos 2.000 a.C. começaram a penetrar nos Bálcãs.
A CIVILIZAÇÃO EGEIA
A civilização egeia desenvolveu-se, originalmente, nos muitos arquipélagos do Mar Egeu e teve como principal centro a ilha de Creta, daí também ser conhecida por civilização cretense. Os egeus chegaram a ocupar também as costas ocidentais da ásia Menor e a parte meridional dos Bálcãs.
A exiguidade das terras aráveis e das reservas minerais e a facilidade para a navegação (muitas enseadas naturais e ilhas próximas umas das outras) fizeram com que os egeus se notabilizassem como um povo de navegadores.



O comércio marítimo foi a base de sua economia. Consequentemente, a civilização egeia caracterizou-se por um notável desenvolvimento urbano, sendo que dentre suas cidades a mais importante foi Cnossos, cujos reis recebiam o título de Minos.
Cada cidade tinha, provavelmente, o estatuto de uma cidade-estado, ou seja tinha sua autonomia e soberania política. é provável que essas muitas cidades-estados tenham formado uma espécie de federação, sob a liderança efetiva de Cnossos. Parece-nos fora de dúvida que os Minos (reis de Cnossos) exerciam uma efetiva hegemonia sobre os povos egeus. Alguns historiadores chegam a designar essa civilização como civilização minoica.

As relações das cidades-estados do Egeu eram pacíficas, já que não existiam resquícios arqueológicos de fortificações em nenhuma delas. Já nas cidades egeias do sul da Península Balcânica encontramos fortificações, o que demonstra a preocupação defensiva gerada pelas sucessivas ondas de povos indo-europeus que lá foram chegando.
Nossos conhecimentos acerca da civilização egeia são limitados pelo fato de que seus sistemas de escrita ainda não foram plenamente decifrados e, consequentemente, temos de contentar-nos com suposições feitas a partir de achados arqueológicos e de documentos escritos que já puderam ser decifrados.
Entretanto, algumas afirmações podem ser feitas com relativa segurança: sua religião estava diretamente ligada à natureza e sua principal divindade era representada por uma figura de mulher (a Grande deusa), que era tida como mãe de todos os outros deuses e dos homens.
A arte egeia era viva e brilhante, plena de humanismo e individualidade, ou seja, ela se distingue plenamente das artes anteriores e contemporâneas, mesmo porque ela não estava a serviço nem do Estado nem da religião.
Embora não tenhamos muitos elementos para conhecer a cultura egeia, é certo que ela exerceu profunda influência junto aos povos mediterrâneos, especialmente através dos gregos, que foram seus principais depositários.
Por volta de 1.600 a.C., Cnossos foi destruída por uma aliança de cidades-estados egeias do sul da Grécia, lideradas por Micenas.




A CIVILIZAÇÃO MICÊNICA
O nome de civilização micênica é dado ao conjunto dos povos "gregos" (aqueus, jônios e eólios) que assimilaram a cultura egeia e conquistaram boa parte dos domínios egeus, inclusive Cnossos. A designação micênica é devida ao fato de que a cidade de Micenas e seus reis exerciam uma efetiva hegemonia sobre os demais povos "gregos". Essa hegemonia não foi estabelecida de forma pacífica. As guerras entre as diversas cidades-estados micênicas foram constantes, sendo que, dentre essas guerras, as mais importantes foram entre Micenas e Tebas e entre Micenas e Troia (esta imortalizada pelaIlíada).
Os micênicos, a exemplo dos egeus, tiveram no comércio sua atividade econômica dominante, sendo o comércio o principal difusor da cultura e da civilização micênica pelo Mediterrâneo.
A Ilíada e a Odisseia, poemas épicos atribuídos a Homero, e achados arqueológicos, constituem-se as principais fontes históricas para o conhecimento da História micênica, bem como para os primeiros tempos da civilização helênica .
A decadência e consequente desaparecimento da civilização micênica ocorreram, fundamentalmente, devidos à invasão dos dórios, um povo também indo-europeu, altamente belicoso e que chegou à Península Balcânica por volta do século XII a.C.
Como povo tipicamente agrário, os dórios instalaram-se nas melhores e mais férteis terras balcânicas. Tal fato provocou um grande fluxo migratório, bastante desordenado, através do qual os povos micênicos povoaram as terras menos férteis da Grécia, as ilhas do Egeu, partes do litoral ocidental da ásia Menor e certas regiões em torno do Mar Negro. Esse movimento migracional ficou conhecido como Diáspora Grega.
O território da Grécia Antiga (Grécia Continental, Peloponeso ou Grécia Peninsular e Grécia Insular) possui um relevo montanhoso que isola , umas das outras, as poucas planícies mais ou menos férteis lá existentes.
Tal situação de relevo, somada ao fato de o litoral ser altamente propício ao desenvolvimento da navegação ( multiplicidade de enseadas naturais propícias ao aproveitamento como portos), ajuda a explicar a vocação mercantil da Grécia.
O caráter com o qual ocorreu a Diáspora Grega e o tipo de realidade geográfica dos territórios ocupados pelos migrantes nos ajudam a entender certos aspectos econômicos e políticos das comunidades gregas.
Cada planície foi ocupada por um clã cujo chefe, normalmente o mais velho dos homens, exercia uma autoridade quase que absoluta.



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